quinta-feira, 13 de março de 2008

|54| Entre o luar e o arvoredo...


( Foto: Pascal Renaux )
Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.

Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.
Fernando Pessoa

2 comentários:

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

muito triste e melancólica...mas muito verdade...é o nosso quotidiano feito de sofrimento...foto muito bem enquadrada no tema...beijos muitos