quarta-feira, 19 de novembro de 2008

|62| Desconhecia...

( Foto: Peter Torsal )

Que hoje era dia Internacional do Homem.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

|61| « Ausência»

Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus
olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres
eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e
a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em
minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé
nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta
terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás
para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu,
porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa
suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu
abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu,
das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

MORAES, Vinícius de. ANTOLOGIA POÉTICA

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

|60| Apeteceu-me...

( Foto: Michif )


...vir até aqui,
desejar(-vos), Bom dia!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

|59| Boa semana!

( Foto: Jinga Zhang)


segunda-feira, 24 de março de 2008

|58| As Mãos


( Foto: Shadow )

Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema - e são de terra
Com mãos se faz a guerra - e são de paz.

Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra.
Não são de pedras estas casas mas
de mãos. E estão no fruto e na palavra
as mãos que são o canto e são as armas.

E cravam-se no Tempo como farpas
as mãos que vês nas coisas transformadas.
Folhas que vão no vento: verdes harpas.

De mãos é cada flor cada cidade
Ninguém pode vencer estas espadas
nas tuas mãos começa a liberdade.

Manuel Alegre, « O canto e as Armas», 1967

sexta-feira, 21 de março de 2008

|57| Dia Mundial da Poesia


( Foto : Rosalie Denik )

É urgente o Amor,
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros,
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
É urgente permanecer.


«Urgentemente», Eugénio de Andrade.

sexta-feira, 14 de março de 2008

|56| Há coisas...


( Foto: Pascal Renaux)

...Grandiosamente simples e belas.
Bom dia!