terça-feira, 28 de agosto de 2007

|24| Fragmentos de (um) Domingo








(Fotos: Shadow)


Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar…

(Só nos é concedida esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos.)

Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura
O que importa é o partir, não o
[chegar.


In Antologia Poética, 5.ª ed., Lisboa, Publicações
D. Quixote, 1999, Miguel Torga



( Desculpem a má qualidade da
ultima foto. Foi tirada com
o telemóvel. A máquina?...Ficou sem
bateria, pois... )

7 comentários:

Shadow disse...

Não, não vou comentar o «post», lol.
Vou sim, agradecer ao Ric por todas as dicas dadas. Aos poucos eu chego lá.
Obrigada!

:-)

RIC disse...

Não acredito!!! Mas eu agora sou como a pescada, é??? Antes de o ser, já o era??? Rsrsrs!
Maravilha, esta tua antecipação! Nunca me passaria pela cabeça coisa tão fantástica! És incrível!

Para já - e para que conste -, as dicas nada têm que ver com a arte da fotógrafa nem com o gosto da leitora de poesia.
(As dicas são «mais ou menos» técnicas...)
Dito isto... acho que está tudo dito! Rsrsrs!
As fotos são lindas (mesmo a do telemóvel) e este poema já nem me lembrava dele, salvo dois ou três versos. Por tudo isto, muito obrigado! Tens uma bela alma!
Beijinho terno! :-)

Special K disse...

Que belos fragmentos ao som de Neil Young, acompanhados por Torga. tens bom gosto, mesmo a última foto está muito boa.
Beijinhos

Shadow disse...

Olá Ric!

A César o que é de César!
Sem as tuas valiosas dicas «mais ou menos» (palavras tuas) técnicas, não teria conseguido chegar lá :-)
A arte não é da fotográfa. É toda da máquina, ora... (Estava a ver que não conseguia disfarçar está tom avermelhado no rosto...Deve ser reflexos da camisola, lol )
Não só pelas dicas mas por TUDO, bem-hajas!

Abraço looonggo! :-)

Shadow disse...

Olá special K!

Muito obrigada!:-)

(Aiii! Não é que este rubor teima no rosto? )

Beijinhos :-)

João Roque disse...

Como vês, estou de volta.
Um poema de Torga, que como deves estar recordada, é um (ou "o"?) dos melhores escritores portugueses do séc.XX,tem sempre que ser comentado, mesmo que a recíproca ande um bocado por baixo, o que muito me entristece.
mas, respeito as opções...
Beijinho.

Shadow disse...

Olá João!

Bem voltado sejas!:-)
Tenho alguma dificuldade em eleger um «número um»...porém Torga é um dos eleitos, sem dúvida.
Quanto à reciprocidade, opções e tal, estamos conversados, certo?

Beijinho!